Cecília Meireles - Uma grande Mulher
Cidadã carioca, descendente de açorianos, nasceu em 1901 e viveu toda sua vida no Rio de Janeiro, apesar de viver viajando pelo mundo.
Chegou a receber o Título de Doutores Honores Causa da Universidade de Deli, situada na Índia. Foi também muito conceituada em Israel, chegou a passar por várias universidades da Europa, inclusive em Portugal.
Chega a dar aulas nos Estados Unidos, texas e recebe condecorações no Chile. Na época foi mais reconhecida em vida fora do país, do que no Brasil.
Cecília teve uma vida bastante complicada e conturbada, uma vida que talvez para outras pessoas seria uma tragédia e que apesar de tudo, consegue transformar em inspiração.
Três meses antes de nascer ficou órfã de pai e antes de completar 3 anos morre sua mãe. Foi criada pela avó e dizia que tinha uma babá que lhe contava muitas histórias, era muito expressiva, cantava, dançava e com isso despertou nela o amor pelo folclore, assim como sua avó que também lhe contava muitas histórias a respeito do folclore.
Desde cedo, Cecília apresentava um grande talento para escrita. Aos 9 anos sua escola foi premiada e como ela era uma aluna exemplar, foi escolhida para receber uma medalha das mãos de Olavo Bilac. Aos 10 conclui o curso primário e aos 17 o curso normal.
Fundou uma biblioteca para crianças, mais foi fechada pelo Governo de Getúlio Vargas sob acusação de haver livros subversivos para crianças. Passa por uma fase de revolta política, mas depois desiste, e se lança a sua carreira literária abandonando os conflitos políticos.
Dedica-se ao magistério primário e escreve seu primeiro livro chamado: Espectros.
Casou-se aos 22 anos com um pintor português Fernando Correia Dias, que a princípio era uma alma bastante sensível e incentivava bastante sua carreira. Infelizmente ele era um homem emocionalmente instável. Desse casamento nasceram 3 filhas e em 1935 ele se suicidou dentro de casa, seu corpo foi encontrado por sua filha mais velha.
Mais um momento muito delicado na vida de Cecília, uma morte prematura e a dificuldade para criar 3 crianças sozinha. Em algum momento se sentia fracassada, pois, a anos lutava para tentar resgatar seu marido, traze-lo de volta a realidade. Em uma de suas correspondências ela diz: "Foi o meu principal projeto de vida no qual eu fracassei, não consegui traze-lo de volta".
Depois de tudo isso ela ainda perde a avó, que era o único parente vivo que tinha. Daí em diante passa a viver de literatura para sustentar suas filhas e que não era nada fácil na época.
Cecília se torna jornalista e passa a contribuir com o Diário do Rio de Janeiro por muitos anos.
Lá pelos anos de 1937 foi convidada por uma universidade em Lisboa para dar algumas conferências, pois, já era um nome reconhecido fora do Brasil. Lá por intermédio de um amigo, marca um encontro com o também poeta Fernando Pessoa que não chega a aparecer e depois lhe manda o seu único livro publicado em vida chamado: Mensagem, com um bilhete dizendo: Que tinha lido em seu horóscopo que não deveria ir no encontro.
De volta ao Brasil, recebe uma carta anônima de alguém que dizia que ela deveria mudar a forma como assinava seu nome que na época era Meirelles, para Meireles com um único éle, e assim ela o fez.
Em 1939 ela recebe o prêmio Olavo Bilac para o livro: Viagem, finalmente sua consagração no mundo literário brasileiro.
No ano de 1940 se casa com Heitor Grilo que vai acompanha-la pelo resto de sua vida e se torna uma escritora consagrada. Em 52 recebe a Medalha Oficial de Ordem do Mérito do Chile e em 58 faz um ciclo de conferências em Israel.
Ela era apaixonada pelos Clássicos antigos gregos e literatura oriental e foi daí que tirou inspiração para o livro: Cânticos.
Em 1964 ela morre no Rio de Janeiro aos 63 anos. 20 anos depois os Cânticos são publicados pela primeira vez e fala sobre a passagem do tempo e a brevidade das coisas.
Assista o vídeo da série De Lá Prá Cá que fala um pouco sobre essa grande mulher da nossa literatura.
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